Criatividade esquecida

Vivemos em um tempo complicado onde tudo é mercadológico. Tempo onde a criatividade e a sinceridade não tem o respeito que lhes é devido por não serem comercializáveis. O mercado deveria ser o servo da Arte mas vemos o inverso acontecer hoje: a Arte a serviço dos interesses comerciais. Ao assistirmos a TV, vemos como boa parte do que é oferecido ao público, é preparado como "comida de microondas". Ao ouvirmos as rádios vemos uma padronização mercadológica em tudo que é feito e pouca criatividade nos arranjos, melodias e letras. Existe também pouco interesse na transmissão de mensagens relevantes que levem as pessoas a reflexão sobre a Vida, ao auto-exame e a se percberem a si mesmas, a Deus e ao próximo. Em tempos onde reina o marketing e onde tudo é devidamente maquiado, quem tem coragem de nadar contra essa maré e basear suas obras e palavras na Verdade? Diante do grande apelo comercial que domina as massas, fica cada vez mais difícil usar com liberdade e sem medo um dos dons mais incríveis que herdamos do Criador: a criatividade. Vivemos dias onde as almas estão estagnadas e as mentes cauterizadas pela fixação religiosa, mercadológica e pseudo-artística, que não aceita nem o novo que é original e nem o original que é novo, viciando o público nessas fixações. É a era das frases feitas, discursos repetidos, padronização de comportamentos e da "tercerização" de conciência.
O Deus Criador nos fez seres criativos e nos projetou para louvor de sua Glória. Nos criou para expressarmos amor a Ele e ao próximo e viver em Espírito e em Verdade na liberdade que há Nele. E o mais importante: fez cada ser com suas individualidades. Deus é contra a padronização de comportamentos seja ela como for pois não foi isso que ele projetou para nós. O único padrão deixado por Deus que deve ser comum a todos nós é o Amor a Ele e ao próximo. Cada ser é livre para viver sua individualidade.
O que vemos hoje é o sistema mercadológico usando, manipulando e podando a criatividade para atingir seus interesses. Dita as regras do "jogo": o que você pode ou não pode dizer,o que você pode ou não pode escrever, o que você pode ou não pode cantar e etc...
Não estou anulando a importância da visão comercial e do marketing, pois seria loucura. São o condutor da arte ao público. São essenciais desde que não escravisem e matem a verdade, criatividade e a arte.Também não estou generalizando. Mas sabemos que esse poder atua na maioria.

E a pergunta fica: em tempos como estes, estamos dispostos a fazer a diferença?


Fica aí a questão para todos nós.

Paz